sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Só pensam no $ (cifrão)


Em artigo publicado na edição desta sexta-feira do jornal A Gazeta, a vereadora Eliane Sinhasique (PMDB) critica a construção do conjunto habitacional Carandá no local onde deságua um igarapé. Leia, abaixo, o artigo na íntegra.

Só pensam no $ (cifrão)

Eliane Sinhasique

Fico imaginando o que é que se passava na cabeça dos técnicos, dos engenheiros, dos gestores, dos empreiteiros ou seja lá de quem for, responsáveis por avaliar os terrenos onde iriam ser construídos os conjuntos habitacionais Cabreúva e Carandá.
Será que só existiam aqueles terrenos em Rio Branco, a capital acreana, para serem construídas aquelas casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida?
A Baixada da Sobral, ou do Sol, como queiram, sempre foi um local inapropriado para construções, em diversos pontos, por ser uma área muito úmida, sem declive suficiente para escoamento das águas das chuvas e dos pequenos igarapés.
Construir, naquele local, foi de uma irresponsabilidade sem precedentes! Um verdadeiro crime contra o povo e contra os cofres públicos.
Quem autorizou e pagou pelas obras deve responder. Quem fiscalizou deve responder. Quem construiu deve responder, até porque essas empresas licitadas e contratadas poderiam se opor no momento em que fossem visitar o local da obra, vindo a público e aos órgãos competentes denunciando a inviabilidade da construção no local.
Foram milhões de reais jogados literalmente na lama. Só pensaram no cifrão ($) e esqueceram os cidadãos.
No Carandá, o maior absurdo de todos, construíram as casas abaixo do nível de um igarapé! O igarapé jorra suas águas para dentro do conjunto em cascata! As fotos estão no meu facebook e posso enviar para quem quiser ver.
É uma coisa inadmissível. Nem quem não sabe de nada de engenharia, que não tenha estudado, consegue ver que não dá para se construir num local onde o igarapé deságua.
Quando uma pessoa leiga constrói à beira de um córrego, uma vala, um esgoto ou igarapé até perdoamos porque é uma pessoa leiga. Mas uma obra pública, para abrigar famílias carentes, não poderia jamais ser executada num local como este.
O resultado dessa irresponsabilidade sairá caro para os cofres públicos (para o bolso dos contribuintes) e para as 150 famílias que habitam o Carandá. A prefeitura terá que gastar muito dinheiro para consertar o “inconsertável” e o povo viverá num eterno problema de infraestrutura urbana.

*Eliane Sinhasique é jornalista, radialista, publicitária e vereadora de Rio Branco pelo PMDB.
esinhasique@gmail.com

Link para o artigo:
http://www.agazetadoacre.com/opiniao/eliane-sinhasique-sexta-feira/38511-so-pensam-no--cifrao.html